A ação das forças policiais no Guarujá, desencadeada após o assassinato do soldado Reis, da Rota, conseguiu a prisão de 58 suspeitos, além da apreensão de armas e drogas. No entanto, uma série de mortes gerou reações entre alguns moradores.
Dezenas de pessoas se reuniram na Praça 14 Bis, em Vicente de Carvalho, Distrito de Guarujá, para protestar contra os acontecimentos. Com faixas escritas “Fora Tarcísio Genocida”, “chacina” e “Lutamos por justiça, direitos e liberdade”, os manifestantes criticaram o Governador Tarcísio de Freitas e o secretário de segurança pública, Guilherme Derrite. O protesto contorna a presença de moradores locais, amigos das vítimas, ativistas de causas sociais e algumas autoridades. Muitos manifestam-se no repúdio à polícia e ao Estado, acusando as forças de segurança de cometer “assassinos”.
O ato foi caracterizado pela ausência de um organizador oficial. No entanto, uma notícia da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), agência de notícias do governo federal, mencionou a presença da ativista Marisa Fefferman, integrante da Rede de Proteção Contra o Genocídio, no protesto. Segundo reportagem da EBC, Marisa Fefferman afirmou que os moradores estão vivendo um clima de terror e tensão, com medo de participar do protesto devido à pressão constante e ao fechamento de escolas e igreja. A prefeitura de Guarujá foi questionada sobre essas informações, mas não respondeu até o final do dia.
A Defensoria Pública do Estado acompanhou o protesto, demonstrando cautela diante das mortes ocorridas na região. A defensora pública Fernanda Balera afirmou que o órgão está apoiando os manifestantes para que possam exercer livremente sua expressão. Apesar da adesão ao protesto por cerca de 150 pessoas, os familiares das vítimas não passaram presentes. As autoridades competentes ainda não se pronunciaram publicamente sobre o protesto.
Operação Escudo
A operação policial “Escudo” já resultou na prisão de 58 pessoas desde o seu início na Baixada Santista, há cinco dias, de acordo com a SSP paulista. A ação também resultou em pelo menos 16 mortes. A operação foi iniciada pela Polícia Militar após a morte do policial militar Patrick Bastos Reis. Dos 58 presos, 38 foram detidos em flagrante e outros 20 eram procurados pela Justiça. Além disso, quatro adolescentes foram apreendidos por tráfico de drogas. A polícia apreendeu 400 quilos de entorpecentes e 18 armas, entre pistolas e fuzis.
Na madrugada desta quarta-feira, a Polícia Civil prendeu o último suspeito de envolvimento na morte do soldado Reis. Ele é irmão de Erickson David da Silva, apontado como o responsável pelo tiro que matou o policial. Erickson foi entregue no domingo, e outro homem foi preso na sexta-feira, suspeito de participar do crime. O advogado de Erickson afirmou que ele foi entregue por medo de ser morto durante a Operação Escudo. A operação continua na Baixada Santista.